terça-feira, 23 de dezembro de 2014

OS LOBOS E OS GALINHEIROS

HISTÓRIAS DA CAROCHINHA,
                                             de um Reino não muito distante assim...

Os lobos e os galinheiros. O que se sabe de muitos galinheiros é que em meio às galinhas, ovos chocados ao acaso, muitas águias ali vivem sem voar (acreditando serem galinhas!), cerceadas pela mediocridade rotineira de comer, defecar, botar e cacarejar esperando o dia de serem descartadas e abatidas a bel prazer do fazendeiro.   
São galinheiros diversos: fundamental, médio e graduado, mantendo e reproduzindo a rotina do cacarejar e botar, passando, sem planos de altos voos; aves cercadas e adestradas pelas “regras” e práticas do bem estar, instituídas por alguma norma burocrática da mera repetição. 
Mas algumas das aves, como que por instinto, são inconformadas com o que lhes oferece o galinheiro, não desejam apenas cacarejar e serem “alimentadas” paternalmente à ração; querem lançar-se a novas perspectivas em voo livre... Um problema, um incômodo e até mesmo um empecilho para o fazendeiro temeroso em perder o controle daquela rotina, meramente reprodutiva, na mediocridade do sistema.
Invariavelmente o fazendeiro ao invés de possibilitar às galinhas viverem livres, dando conta de buscar seu próprio alimento, a evoluírem como aves e às águias se descobrirem e expandirem seus voos, ele nomeia lobos, hienas e toupeiras para vigiarem o galinheiro e cercearem as tentativas de manifestação alada, capturando e encarcerando quaisquer aves que tentem alçar voo além do galinheiro.     
É assim no Reino habitado, e governado por animais. A criação avícola não obedece à dinâmica da vida, crescer e evoluir através das necessidades e capacidades de voo. Os fazendeiros, de lá ou de cá, delegam aos lobos, hienas e toupeiras cuidar das aves...

terça-feira, 11 de novembro de 2014

A Idiotização em LITRO


Ao abrir a felicidade, vermelha, preta, 
Você "open your world", como uma estrela 
Perfeita que desce redonda;

Então a sociedade do consumo, do consumo banal
Da banalização geral 
Vai se idiotizando...

Por que a humanidade está, feliz, redonda?
Por que a humanidade está liberta,
Em goles, em taças, em canecas, em combos...
Cada vez mais idiota?

Porque SIM!

sexta-feira, 12 de julho de 2013

À REBOQUE DA MÍDIA

Quando a esmola é grande
Até o Santo desconfia
Quando é moda Manifestar
A desconfiança principia...
Se se conhece a História
Gato escaldado rejeita agua fria...

A rua é nossa, não precisa autorizar
As conquistas populares são na rua!
Mas se, de fato, vais protestar
Em legítima causa social
É na rua que tens que estar,
Mesmo sem a Mídia, oportunista,
Querendo bajular.

Manifestações, quaisquer que sejam
Só são guerreiras se, de fato, romperem grilhões
Enfrentar o senso-comum da politicagem
E desviar dos televisivos jargões.
Ir pra rua, no festejo da notícia
É fácil, morno e cômodo.

Manifestações com concessões,
Do Estado ou da Televisão
É modismo simplista e vazio,
Que acaba em genéricas dissimulações
Sem resultados concretos
E que, em nada se aproxima de Revolução!

sexta-feira, 31 de maio de 2013

O JABUTI ESCORREGADIO E O SILÊNCIO DOS COLIBRIS

Então senhores pássaros
Porque não cantam mais
Desde que deram novos passos
E com que propósitos banais
Silenciam neste crucial instante...

O Jabuti arrasta-se desde cedo
Em silêncio total na floresta
Que sem as oportunas festas
Nada cantam, nada fazem
Mais parecem morcegos...

O Jabuti escorrega-se para não fazer nada...
Os colibris não cantam para não comprometerem-se...

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012


            INVERSÃO DE VALORES

Se falar verdades, publicamente, é crime
Então eu aceito, altivo, a sentença.
Compareço, inteiro, à audiência
Mas não ouço, passivo, acusação de negligência.
Ou elucubrações sem pudor,
Devaneios de alguma excelência.

E se falar franca e abertamente
É crime que não compensa
Então eu prefiro ser condenado,
Do quê, por mentir, receber recompensa.